Dado leva em conta o número mensal de ocorrências em São Paulo, sempre maior em 2021 do que em 2020. Até o fim do ano, projeção é de aumento de 33% nas ocorrências.

2021 deverá terminar com 92 tentativas de suicídio no metrô de São Paulo, 35 terminando em morte, enquanto em 2020 o número fechou em 69 tentativas e 27 mortes. Os dados usados no cálculo foram obtidos pela Lei de Acesso à Informação através da agência de dados Fiquem Sabendo. Foram obtidos números até Junho deste ano, retirados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo do Registro Digital de Ocorrências (R.D.O).
A projeção levou em conta o número mensal de registros. Olhando para este recorte, nenhum mês tem apresentado dados melhores do que o mesmo mês do ano anterior. O mais dramático é Março: enquanto em 2020 foram registradas 6 tentativas, em 2021 elas somaram 10, metade culminando em morte. No contexto geral, o número de tentativas bem sucedidas gira em torno de 39%.
O horário entre as 18:00 e 19:00 apresentou forte incidência no ano passado, fazendo do período da noite líder nos casos, com 25. Nesse no, até o momento, apenas 6 ocorrências à noite foram reportadas, mas a tendência é que esse número dispare nos registros de Julho e Outubro. Os horários de maior fluxo de pessoas parecem ser os mais escolhidos pelos suicidas. Para a psiquiatra Priscila Dossi, o indivíduo provavelmente pretende, com isso, dar significado à sua morte, fazer com que alguém se importe.
O Metrô possui convênio com o Centro de Valorização da Vida (CVV) e o Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio. Desde 2018 os funcionários são treinados, com ajuda do Corpo de Bombeiros, para intervir nas tentativas, através da adaptação de uma técnica desenvolvida pelo Major do Corpo de Bombeiros Diógenes Munhoz. Segundo a empresa, o treinamento chamado Abordagem Técnica à Tentativa de Suicídio já capacitou mais de 1400 funcionários.
O suicídio está entre as principais causas de morte no mundo, especialmente entre jovens. Em 2019, mais pessoas morreram pelo suicídio do que de HIV, malária, câncer, guerras ou homicídios. A organização Panamericana de Saúde (OPAS) estima que 800 mil pessoas tiram a própria vida, 79% em países de baixa e média renda, caso do Brasil.
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