Benefício era obtido através de cópias de comprovantes de pagamento, regra editada durante o governo Bolsonaro

O agora ex-presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, recebia auxílio-moradia de R$4.000 mensais, através de comprovantes de pagamento de hotel de Brasília
Documentos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que Sérgio Camargo pagava R$4.000 todos os meses para o hotel H PLUS, e apresentava comprovantes de pagamento dos boletos para receber o reembolso na forma de auxílio-moradia. A possibilidade de receber o benefício apenas com cópias de comprovante de pagamento foi criada em 2021 pela Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital
“Art. 6º O servidor, após o deferimento do requerimento do auxílio-moradia de que trata o art. 4º deverá mensalmente requerer o ressarcimento das despesas realizadas, obrigatoriamente, por meio de sistema informatizado disponibilizado pelo Órgão Central do SIPEC, com a apresentação de 1 (um) dos seguintes documentos:
IV – boleto bancário autenticado ou acompanhado de comprovante de pagamento pelos meios eletrônicos disponíveis, e que permita relacionar o pagamento ao contrato vigente.”
INSTRUÇÃO NORMATIVA SGP/SEDGG/ME Nº 57, DE 10 DE JUNHO DE 2021
Os pagamentos, feitos no Banco de Brasília, tiveram alguns atrasos. Em um deles, a multa foi de R$120,20.
O hotel, de 3 estrelas, fica na Asa Norte, em Brasília, e segundo a empresa oferece “Ar-condicionado, Café da Manhã Cortesia, Check out express, Estacionamento, Ferro e Tábua de Passar, Piscina, Room Service, Spa Premium Club, TV a cabo, Vending machine e Wifi”
Sérgio Camargo foi exonerado da Fundação Palmares hoje, em meio a várias saídas de políticos que vão disputar as eleições em 2022, e por isso não podem ter mais cargo de chefia. Para o ministro da Defesa, Braga Netto, foi concedida uma regalia: ele foi realocado no cargo de assessor pessoal da presidência da república.

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