Apenas consigo olhar para a imagem e pensar: “isso daqui não é parlamentar”

confesso ter tomado gosto pela fotocrônica
Imagem de um Tweet feito por uma doutoranda em comunicação, o que pode explicar a arrogante frase de abertura. O sobrenome parece ser de origem alemã, ou algo assim, bem chique, aroma burguês.
A matéria que, segundo ela, não é notícia, retrata um de nossos senadores eleitos, um Senador da República, tentando explicar a diferença entre câpsula e projétil, com um desenho. O ridículo da cena faz a imagem se assemelhar a um pênis humano, infere a jornalista, que nos ajuda a ver o órgão sexual no sulfite.
Ao fim, mais um detalhe curioso: o Tweet não é aberto a comentários. Somente uma bolha restrita do círculo social de Bodenmüller podem interagir. “Isso daqui não é jornalismo”, e teremos que aceitar sem questionar. Usando mais uma vez do molde frasal, isso daqui não é diálogo.
É sempre problemático tentar ditar o que é e o que não é jornalismo. Soa sempre arrogante, sempre uma carteirada que parece evocar o cafona “no meu tempo era bem diferente”, e um certo preconceito baseado no conceito de degeneração cultural. É sempre problemático, corrijo, quando um jornalista tenta ditar o que é jornalismo unilateralmente ao leitor.
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