Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) ainda possui cinco bases que devem ser desativadas pelo governo de centro-esquerda até o próximo ano

Maputo (capital), Moçambique, 11 de Novembro 2021 – informações da Agência LUSA
A pequena Namaita, na província de Nampula, mal aparece nos mapas. A cidade, que fica bem ao lado da capital homônima da província, será palco de uma operação de paz: nas próximas três semanas, cerca de 560 guerrilheiros nacionalistas da RENAMO serão desarmados e desmobilizados, além de receberem auxílio financeiro para sua reintegração ao regime democrático. Será a 11ª base neutralizada, e depois dela restarão outras 5. Desde a independência do país, em 1975, é o partido de centro-esquerda FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), parte da Internacional Socialista, que ocupa o poder.
O processo de paz já dura 2 anos desde que o acordo foi assinado entre Filipe Nyusi, chefe de estado, e Ossufo Momade, líder do grupo. Cerca de 3,2 mil moçambicanos já foram alvo do processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR), dos quais alguns foram absorvidos pela segurança estatal. Faltam ainda 1.730.
Presidente e líder da RENAMO acreditam em um processo de diálogo permanente, para além do simples desarmamento. O grupo também atua na frente partidária, ocupando 89 das 250 cadeiras da Assembleia da República de Moçambique, órgão máximo do legislativo do país. A ideologia é declaradamente anticomunista e conservadora, tendo suas dissidências montado um partido mais moderado, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), em 2009.
Em 2004, aos moldes do que se observa nos conservadores dos dias de hoje, como Donald Trump e Jair Bolsonaro, a RENAMO alegou fraude eleitoral. Observadores da União Europeia concluíram que, apesar de existirem deficiências no processo, estas provavelmente não prejudicaram o resultado final do pleito.
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