“aprendi desde cedo a viver com medo de assediadores”. O relato foi dado ao Sada Journal, que cobre o Oriente Médio.

Filha de um líder religioso cristão, a documentarista Nadia Adel sente desde cedo, na sua cidade natal, Minya, a força do patriarcado contra o crescimento da mulher. Lá, o clima era de violência e constante ameaça de assédio. Após a revolução de 2011, Nadia mudou-se para a capital Cairo.
Mesmo sabendo do clima de julgamento que se instauraria na comunidade cristã de que era parte, decidiu pôr fim em seu casamento.
“não hesitei em terminar meu casamento miserável sabendo muito bem, sendo uma cristã, as amargas consequências de minha decisão. “
Depois do divórcio, alugou uma casa em um local bem localizado no Cairo. Lá, passou a viver com sua filha de cinco anos e iniciou um mestrado no exterior, um velho sonho. Não demorou muito para a pandemia chegar destruindo sua estabilidade recém-formada.
A COVID-19 levou seu pai, o Reverendo Adel Hakim, a quem se refere como “minha rocha”. Mesmo sendo um líder religioso, conta que “foram sua força de caráter e poder de convicção que me encheram de confiança para me tornar a mulher poderosa que tenho orgulho de ser hoje”.Teve que enterrá-lo sozinha, e pouco depois também testou positivo. Hoje, se vê em meio a inúmeras adversidades, mas com um interior que externa “implacável aversão” ao desânimo e à ideia de desistir.
“estou me esforçando para retomar meus estudos e trabalhando muito para sustentar minha filha, assim como meu pai fez por mim.”
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