Presidente da Câmara falou por 4 minutos e 32 segundos, não citando presidente da república em momento algum.

O Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), iniciou às 13:30 de hoje um discurso, marcado para as 12:30, em resposta aos atos de ontem, 7 de Setembro. Leia na íntegra:
Introdução
“Diante dos acontecimentos de ontem, quando abrimos as comemorações de 200 anos como nação livre e independente [na verdade, aniversário de 199 anos], não vejo como possamos ter ainda mais espaço para radicalismo e excessos.”
“Esperei até agora para me pronunciar porque não queria ser contaminado pelo calor do ambiente, já por demais aquecido.”
Defesa da Câmara
“Não me esqueço um minuto que presido o poder mais transparente e democrático [na verdade, o poder legislativo é presidido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco]. Nossa casa tem compromisso com o Brasil real, que vem sofrendo com a pandemia, com o desemprego e a falta de oportunidades.
“Na Câmara dos Deputados, aprovamos o auxílio emergencial e votamos leis que facilitaram o acesso à vacinação. Avançamos na legislação que permite a criação de mais emprego e mais renda. A casa do povo seguiu adiante com as pautas do Brasil, especialmente as reformas. Nunca faltamos para com os brasileiros. A câmara não parou diante de crises que só fazem o Brasil perder tempo, perder vidas e perder oportunidades de progredir, de ser mais justo e de construir uma nação melhor para todos.”
Crise entre os poderes
“Os poderes têm delimitações. O tal quadrado deve circunscrever seu raio de atuação. Isso define respeito e harmonia. Não posso admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas, como a do voto impresso. Uma vez definida, vira-se a página, assim como também vou seguir defendendo o direito dos parlamentares à livre expressão e à nossa prerrogativa de puni-los internamente, se a casa, com sua soberania e independência, entender que cruzaram a linha.”
“Conversarei com todos, e com todos os poderes. É hora de dar um basta a esta escalada em um infinito looping negativo: bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual, e passaram a impactar o dia-a-dia do Brasil de verdade, o Brasil que vê a gasolina chegar a sete reais, o Dólar valorizado em excesso e a redução de expectativas, uma crise que infelizmente é supervalorizada nas redes sociais, que apesar de amplificar a democracia, estimula excitações e excessos.”
Elogio aos manifestantes
“Em tempo, quero aqui enaltecer a todos os brasileiros que foram às ruas de modo pacífico. Uma democracia vibrante se faz assim: com participação popular e liberdade, respeito à opinião do outro. Foi isso que inspirou Niemeyer e Lúcio Costa quando imaginaram a Praça dos Três Poderes: colocaram executivo, o judiciário e o legislativo no meio, equidistantes, mas vizinhos e próximos suficientes para que hoje a gente possa se apresentar como uma ponte de pacificação entre judiciário e executivo, e é este papel que queremos desempenhar agora.
Pacificação
” A Câmara dos Deputados está aberta a conversas e negociações para asserenarmos, para que todos possamos nos voltar para o Brasil real, que sofre com o preço do gás, por exemplo.”
“A Câmara dos Deputados apresenta-se, hoje, como motor de pacificação. Na discórdia todos perdem, mas o Brasil, a nossa história, tem ainda mais o que perder. Nosso país foi construído com união e solidariedade, e não há receita para superar a grave crise socioeconômica sem estes elementos.”
“Esta casa têm prerrogativas que seguem vivas, e quer seguir votando e aprovando o que é de interesse público e entende, e estende a mão aos demais poderes para que se voltem para o trabalho, encerrando desentendimentos.”
Sinalização contra o impeachment
“Por fim, vale lembrar que temos a nossa constituição que jamais será rasgada. O único compromisso inadiável e inquestionável que temos em nosso calendário está marcado para 3 de Outubro de 2022, com as urnas eletrônicas. São as cabines eleitorais, com sigilo e segurança, que o povo expressa sua soberania. Que até lá tenhamos todos serenidade e respeito às leis, à ordem e principalmente, à terra que todos amamos. Muito obrigado.”
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