‘Ciência do Sentir’ ainda não tem reconhecimento por autoridades científicas. Beatriz Breves já escreveu 8 livros sobre a teoria, que fala de ‘vibrações’ e da interação entre matéria e mente.

Beatriz Breves lê os sentimentos como universais, identificando que ‘o sentir’ ultrapassa ‘os tempos, as épocas e as culturas’. Fala em ‘conteúdos vibracionais’ para referir-se a uma suposta substância imutável dos sentimentos, não ignorando as mudanças que cada contexto cultural produz. Graduando-se em física e em psicologia, e juntando estudos de psicanálise, biologia e artes, inaugurou a ideia, a que dá o status de novo campo do conhecimento, que denomina “Ciência do Sentir”.
Voltando para reflexões metafísicas acerca da dualidade mente x corpo, e sempre falando em ‘vibrações’, a pensadora centraliza o sentimento como fundamental na composição do Eu. Breves critica o estudo tradicional da psicologia, que segundo ela é uma ‘visão que consagra o materialismo e a primazia da razão’.
“Assim, mente e corpo são uno, representam imagens de um complexo que, em um universo hoje compreendido em dez dimensões de espaço e uma de tempo, tem a sua totalidade una reduzida pelo sistema perceptivo humano em três dimensões de espaço, o que resulta na capacidade simbólica e na ilusão de divisão e materialidade. “
Beatriz Breves
Na prática, a ideia da autora de 8 livros sobre o assunto é ‘lapidar’ sentimentos que seriam como diamantes, alocando no indivíduo recursos para suas próprias relações. Tudo isso levou à fundação da Sociedade da Ciência do Sentir (SoCiS). A ideia central já é utilizada largamente pela psicologia clínica: expressar sentimentos outrora reprimidos.
A psicóloga Gabriela Santana Vicente (CRP 05/57851) compartilha da crítica ao método tradicional de ensino da psicologia, mas não enxerga o sentir como composto por ‘conteúdos vibracionais’, mas prioriza o ohar sobre a construção do sentimento partindo da emoção. Ainda assim, reconhece a existência de outros estudiosos debruçados sobre o tema. Sobre a base filosófica da Ciência do Sentir, discorre:
Tem muitas pessoas pensando sobre essas coisas. Particularmente, não entendo que haja um carácter essencial do Eu; penso no sujeito como em constante movimento e algo essencial me leva a esse algo que é imutável e, por isso, limitador.
Gabriela Santana Vicente
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