Clipe será lançado no dia 2, mas o som já está nas plataformas. O punk rock junta-se ao cenário das letras ácidas da pós-modernidade. Ideia, segundo a compositora, é dar voz ao universo queer.

A Banda Continue lançou, no último dia 19, a música ‘Adicta’. O clipe sairá no dia 02 de Setembro no Youtube, e tem financiamento da lei Aldir Blanc, através da Prefeitura de São Bernardo do Campo.
Natália Zanellato é a mente criativa por trás de boa parte do projeto: além de compositora, dirigiu, escreveu e produziu o clipe, que centra no universo queer:
“‘Adicta’ traz um olhar sobre questões como o alcoolismo, depressão e a necessidade de acolhimento. As interrupções na sequência temporal ao longo do clipe suscitam diferentes discussões para estimular o senso crítico no público, buscando analisar como a Gay Art, Queer Arte outras expressões contemporâneas podem agregar no nosso universo audiovisual atual”
Natália Zanellato, vocalista da Continue.
O baixista e backing vocal dá um pequeno spoiler do video:
“Observando a postura da personagem central em imaginar-se livre, sem suas dores, vendo no palco as Drag Queens se apresentando de forma livre e feliz, a protagonista cria uma ideia dela mesma no palco se divertindo”
Deda Fuzi
A gravação foi no Studio 1100, em Diadema, que transformou o que foi concebido originalmente como Soul, na voz e violão de Natália, para um punk rock comercial.
O comecinho da letra parece fazer referência a um meme: “a luz de dentro apagou, mas eu ainda funciono”. Porém, não foi assim que ocorreu, conta a musicista: foi só após o término da obra que o guitarrista Anderson Ferreira lhe mostrou a coincidência. Ainda sem título, recebeu o apeloido de Candy Machine (máquina de doces)

A guitarra, aliás, é clássica tanto em distorções quanto nos acordes soltos típicos do punk, com traços pontuais de melodias complementares à voz. Para completar o perfil, temos a bateria de Diogo Marino, que através do abuso do bumbo, da batida na caixa com as duas baquetas e das viradas virtuosas – dividindo o tempo em 4 – atravessa a leitura hard rock em dois andamentos: o principal, em 162 batidas por minuto, e outro mais lento e pesado, com cerca de 80 BPM. O refrão com duas vozes acompanhando a ‘quebra’ na lógica harmônica fecham o pacote ‘bizarre’ do estilo.

O termo queer abarca uma série de orientações sexuais e identidades de gênero fora do padrão cis-hétero. O termo surgiu como ofensa, algo como ‘estranho’. Ressignificando o termo, membros da comunidade passaram como significante da quebra dos padrões tradicionais de gênero e orientação sexual. Ainda há disenso sobre o uso da palavra, por sua história. Há ainda o termo genderqueer, que diz respeito a identidades de gênero não baseadas na binariedade feminino/masculino.
Continue surgiu em 2017 no ABC paulista, reunindo músicos com mais de 10 anos de estrada.
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