Que a canoa não vire

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Foto: Halley Pacheco de Oliveira

Da janela do quarto ouço e transfiguro: uma mulher de aproximadamente 55 anos, arrastando um carrinho de bebê e cantando:

“se a canoa não virar, olê, olê, olá, eu chego lá.”


A marcha do remador é uma composição de Antônio Almeida e Oldemar Magalhães, interpretada originalmente por Emilinha Borba no famigerado ano de 1964. Os dois autores atravessaram a ditadura, e Aldemar morre em 1990, 2 anos após a promulgação da nossa última constituição.

Hoje é 27 de Agosto do Brasil de 2021. Vivemos uma crise institucional sem precedentes, onde os poder executivo se joga em rota de colisão com os outros dois, ameaçando ruptura. Há dois dias atrás, a advocacia do Senado barrava a tentativa presidencial de cassar um ministro da Suprema Côrte. Entre votos impressos e ameaças de golpe nossa democracia se arrasta, perna manca, até as eleições de 2022. Se essa canoa não virar, a gente chega lá.

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