Bicentenário de Anita Garibaldi é no dia 30 de Agosto. Guerrilheira catarinense atuou na revolução farroupilha e na unificação da Itália.

Em 30 de Agosto completam-se 200 anos do nascimento de Anna Maria de Jesus Ribeiro da Silva, a Aninha, que tanto pelo casamento quanto pela dificuldade na pronúncia de Giuseppe, ficou conhecida como Anita Garibaldi. A data, na verdade, foi decidida judicialmente, já que até hoje sua certidão de nascimento não foi encontrada.
Catarinense da cidade de Laguna, ao ser paquerada de forma indecente, resistiu de forma violenta, o que forçou a família a se mudar para a aldeia de Morrinhos, hoje parte da vizinha Tubarão, cidade à cerca de 133km da Capital Florianópolis, com quase 105 mil habitantes.
De seu barco, passando pelo rio Canoas, Giuseppe avista a jovem de 18 anos. A relação foi além do romantismo: o revolucionário apresentou um mundo de luta, armas, resistência contra o império. O casal virou dupla revolucionária, distanciando-se da vida que a levou a casar-se, anteriormente, com o sapateiro Manuel Duarte, na Igreja de Santo Antônio dos Anjos.
Aninha se juntou aos farroupilhas contra o império. Presa e grávida, fugiu para esclarecer a mentira que lhe fora contada: de que Giuseppe estaria morto. Bem sucedida, a guerrilheira encontra seu marido, e meses depois ambos assistem, em São Simão, o nascimento de Domenico. A mulher,porém, não teve tempo de recuperar-se: dias depois, ao ser o grupo atacado, foge a cavalo pela mata, com seu filho nos braços.
A família estabilizou-se em Montevidéo, onde finalmente se casam para regularizar Domenico e aguardar os próximos filhos: Rosita, Teresita e Riccioti. Seu último destino seria a Itália, enviada para ser embaixadora da vindoura guerra contra a Áustria em prol da independência daquele país, que mais tarde viraria seu leito de morte.
Bento Ribeiro da Silva era comerciante, vindo de São José dos Pinhais, filho de Manuel Collaço e Ângela Maria da Silva. Maria Antônia de Jesus Antunes era natural de Lages, filha de Salvador Antunes e Quitéria Maria de Sousa. Foram esses os pais e avós da menina de 27 anos que, em 1849, contraiu uma febre tifoide, doença bacteriana própria de situações socioeconômicas desfavoráveis. Anita Garibaldi foi enterrada em Roma, na Colina de Gianciolo. Depois de viúvo, Giuseppe casou-se mais duas vezes até sua morte, aos 74 anos.
Em 2012, Dilma Rousseff sancionou lei que inscreveu Anita como Heroína da Pátria no Panteão da Liberdade e Democracia de Brasilia. Pelo alto contributo tanto na revolução farroupilha quanto na unificação da Itália, a catarinense ficou conhecida como “heroína dos dois mundos”. A literatura retrata a guerrilheira Anita como uma mulher que desafiou a redução da mulher aos espaços privados, denotando a força à feminilidade socialmente relegada à condição de fragilidade.
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