
‘não vou responder esse menino, a angústia é dele’, comentou Eduardo Barison em uma de minhas muitas críticas a atual gestão. À luz de espinoza – e de Freud claro, como não dá pra deixar de ser – observei a importância do substantivo angústia nesta linha de raciocínio.
Como já citei no texto “Velho-do-vento” (sugiro a leitura), entendo a verdade como não apenas relativa, mas dotada de uma dimensão narrativa. Sem dúvida, ao criar a narrativa de oposição a Felipe Naufel, deveria apoiar-me em alguma antítese, e é claro que Barison foi essa antítese, enquanto líder da oposição na câmara.
A narrativa que criei (e que não me arrependo de ter criado) de fato ajudou, quiçá elegeu, o representante dos Maziero, e o dentista sabe disso. Sabe tanto que ao perceber que minha oposição a Felipe não se converteria em apoio a sua gestão, brotou o sentimento tema dessa fala: angústia.
Angústia, ansiedade e narcisismo: eis três eixos centrais de afeto para entender Eduardo Barison enquanto representante da gestão Maziero. Barison, como já disse, encarna o arquétipo do homem cordial, de Sérgio Buarque de Holanda, e através da influência do cordium nas suas ações transforma o poder executivo em um avião desgovernado, ora em crise, ora em glória.
A identidade cultural italiana casa com a portuguesa, e desse casamento surge uma potente forma de personalismo, danoso e perigoso. É necessário mantermos essa linha de análise se quisermos ao menos tentar prever o imprevisível nos próximos 4 anos. Imprevisível não apenas pra nós, mas ao próprio prefeito.
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