
Insisti em tentar responder essa pergunta com um “não muita coisa”… mas a real resposta é que nada muda, e a rede de relações de classe que se desenharam para determinar a vitória da familia Maziero em 2020 mostram essa relação.
O nome escolhido para dar rosto aos Maziero no executivo é Eduardo Barison, dentista e ex-secretário de saúde da gestão Maria Edna. Apesar das bases maçônicas, Barison pertence ao que se chama popularmente de “classe média” a qual preferimos chamar de pequena-burguesia.
Talvez pudessemos definir muito bem a pequena-burguesia através da frase “ele não é rico, ele é bem de vida”.
A pequena-burguesia não se beneficia diretamente da exploração do mais-valor da classe trabalhadora, mas é beneficiária das migalhas que caem da mesa, ou seja, se beneficia indiretamente da exploração, que desenha e cunha valores diferentes a trabalhos igualmente importantes, criando uma classe que, apesar de se considerar próxima à burguesia e militar em favor dela, está muito mais próxima da vida semi-escrava da classe trabalhadora.

Essa subordinação, é claro, reflete em todos os aspectos da vida… e é por isso que não se pode… Não se pode falar em estrutura de pode sem falar em dinheiro, em patrimônio, em condições materiais objetivas… ao contrário da burguesia, a pequena-burguesia sempre padece da necessidade da troca de favores, da qual quase sempre termina no prejuízo.
A administração pública em Mococa troca para o lado oposto e simétrico da mesma classe social…Maziero por Naufel, Naufel por Maziero, as rinhas entre a aristocracia de Mococa só fazem perpetuar a ilusão social de que algo melhor está por vir
Por que Barison?
A burguesia muda suas estruturas simplesmente porque ela tem que mudar… é a mudança que faz da burguesia, entra ano e sai ano, classe dominante. Mudando a folha de rosto das campanhas, mudando a relação com o centro fisiológico (Em Mococa, nomes como Cido Espanha, Elias de Sisto, Luiz Braz e Yê Baisi, por exemplo), mudando a roupagem, a cor dos grilhões com que explora, tudo isso para garantir que o povo esteja numa eterna miragem, imaginando que está ocorrendo em Mococa um filme Hollywoodiano com vilões e mocinhos que surgem para salvar o dia. E melhor ainda: o povo sente na ilusão do voto na direita que está participando da suposta mudança. Jamais sequer desconfia de que está sendo manipulado.
Nesse sentido, é natural que surja um suposto “novo caminho”… é a construção de uma narrativa para que o povo engula, com a ajuda de um gordo investimento publicitário.
Em resumo, as aparências mudam, mas as essências permanecem.
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