
Foi necessária mobilização da imprensa livre para que a Copromem pagasse a seus trabalhadores a pequena parte de tudo que eles produzem, a que chamamos de “salário”, derivado da palavra sal, o commodity usado no passado para representar trocas de valor.
Atrasos perigosos: o trabalhador quase despertou, quase abandonou sua farda apelidada de “pobre de direita”, onde defende o chicote do próprio algoz. Enquanto funcionários fazem textos em redes sociais defendendo os direitos do patrão, vira e mexe o tecido da matrix se rasga, e alguns ousaram pensar fora da caixa, até que o sistema os absorveu novamente… Mas valeu a experiência.
Nesse curto período de tempo, venho aos trabalhadores um torpor semelhante a uma alucinação febril, onde dizia “se o trabalhador tudo produz, a ele tudo pertence”. Talvez seja necessário dar algum agrado em forma de esmola pra trazer de volta os que ainda estão na perigosa fronteira entre a consciência de classe e a alienação, prontos para gritar novamente: “é tudo nosso”
Mococa possui classe trabalhadora ampla, mas alucinada, e é uma pena que assim seja… A ilusão do carvão que se acha diamante não pode ser desfeita senão olhando para dentro de si, e reconhecendo sua situação econômica, seus boletos atrasados, sua sina de viver pé a pé com a miséria, sendo salvo no último instante pelo suado salário mínimo, os supostamente justos 1045 de quem produziu 1.450.000 ao longo do mês.
Deixe um comentário